O mundo está de cabeça para baixo e às vezes parece que nada tem jeito. Como muitos brasileiros, estou de olho nas eleições do ano que vem e pensando muito sobre o que queremos para o nosso país. Além do que, estamos em novembro e eu já comecei a planejar 2022. No meio dessas ideias todas, sempre nesse pêndulo entre ter esperança e se desesperar com o Brasil, troquei umas mensagens com minha amiga Nadezhda Bezerra. Falamos sobre trabalho e sobre nossas “crises existenciais” profissionais. Do papo, ela gerou um textinho muito legal sobre as encruzilhadas da vida:
E eu retomei uma vontade que eu já tinha há algum tempo: chamar pessoas inteligentes e queridas para participar desta news.
Convidei uma galera muito massa e estou super animada para compartilhar com você o que eles bolaram. A primeiríssima vai ser ela mesma, Nadezhda. Nossa convidada é escritora e roteirista. Só este mês ela lançou um livro sobre redação no trabalho e estreou um filme no cinema! Para esta nossa conversa aqui ela escreveu uma crônica sobre como começar a contar uma história. Eu tenho muitos sonhos fantásticos para 2022 and beyond. Espero que você também os tenha. Na escrita e na vida, para realizar o que queremos precisamos dar o primeiro passo, escrever a primeira palavra. Mas como?
Com vocês, Nadezhda:
Por onde eu começo?
Se alguém disser “pelo começo”, prenda a respiração e evite soltar palavrões.
Começo é relativo.
Eu posso começar pelo fim da história. Sabendo onde quero chegar, pode ficar mais fácil traçar o caminho até lá. Começar descrevendo o personagem principal também é opção. Entender quem ele é há de facilitar a criação de uma jornada verossímil e atrativa.
Qual história eu quero contar é uma pergunta crucial para começar a roçar os dedinhos no teclado ou papel. Estou sentindo algo, preciso escrever. É um bom ponta-mão. Enquanto você tenta descrever vai jorrando palavras, frases e no fim há de ter poesia.
Eu sei, você esperava talvez uma resposta objetiva, clara, assertiva. Talvez uma receita, fórmula, passo-a-passo, quem sabe. Desculpe. O melhor pra te dizer sobre destravar, porque esse sim é o grande começo de todos, é fingir não ter ninguém pra ler. Fingir não ter concordância, sintaxe, ou qualquer regra gramatical. Fingir o desconhecimento de coesão e coerência. Se soltar, deixar as frases chegarem em baile carnavalesco de rua. Pulando, brilhando, cheias de liberdade e fantasia. Depois, entra na quarta de cinzas, imprime, lê, revisa, reescreve.
Parabéns, você já começou.
Nad sempre nos dando uma saída diante das encruzilhadas! Perfeito!!
Que alegria estar aqui